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A Laborit, em parceria com o Techpost, marcou presença nos quatro e intensos dias da primeira edição do Web Summit Rio e traz os destaques do que rolou por lá. Confira.
O Web Summit Rio 2023 chegou ao fim superando as expectativas de seus idealizadores. Realizado entre os dias 1 e 4 de maio, no Rio de Janeiro, a primeira edição do Web Summit fora da Europa foi um grande sucesso, e os números não negam: foram mais de 21 mil participantes, de 91 países – um recorde para a história do evento - com 974 startups de 28 países.
Co-fundador e CEO do Web Summit, Paddy Cosgrave, se mostrou animado com o desempenho desse evento de estréia no país: “O Brasil é um dos principais atores mundiais, e o mundo tech veio ao Rio para conferir o que acontece no Brasil e na América Latina. Ter tamanha presença internacional no primeiro ano é algo extraordinário e surpreendente", afirmou.
Presença feminina bateu recorde na edição carioca do Web Summit. Na foto, as Labers Camila Tavares, Lider QA, Elisângela Mariano, Product Designer e Rhaysa Ferreira, CMO.
A presença feminina também chamou a atenção, as mulheres representaram 40% do público, 37% dos palestrantes e cerca de 20% das fundadoras de startups. A iniciativa do evento, que promoveu ingressos mais baratos e espaço dedicado à participação feminina no mercado de TI, o Women in Tech, ajudaram a trazer as mulheres ainda mais para o centro da maior conferência de tecnologia e inovação do mundo.
O sucesso foi tão grande, que o futuro do Web Summit na Cidade Maravilhosa, está garantido. A organização do evento e a prefeitura do Rio de Janeiro fecharam um acordo que contempla edições até 2026, pelo menos. Uma oportunidade única não só para o Brasil, mas para toda a América Latina de mostrar seu imenso potencial tecnológico, inovador e humano para o resto do mundo.
Mesmo buscando diversificar os temas de seus painéis, o Web Summit foi absolutamente dominado pelas pautas de IA (inteligência artificial). Os debates escancararam as muitas vertentes do futuro com IA, desde a necessidade de regulamentação até o receio de problemas sociais.
Independente das opiniões e constatações dos especialistas na área, o que o ficou evidente em todos os palcos do Web Summit, é que já não há tempo para o pessimismo quando se fala em Inteligência Artificial. As tecnologias antes imaginadas e vistas apenas em filmes de ficção científica, estão sendo desenvolvidas e utilizadas hoje. Não há tempo a perder, muito menos como retroceder.
Certamente esse foi o motivo que levou o tópico sobre a urgência de se regulamentar as ferramentas de IA — a fim de se preservar a segurança, a privacidade e os direitos dos usuários — a ser um dos tópicos mais discutidos durante o evento.
Nesse sentindo, a palestra mais reverberada foi sem dúvida a de Meredith Whitakker, presidente da Signal. No Center Stage, a pesquisadora defendeu que a regulamentação não seja pautada por big techs, como já está acontecendo no congresso americano, por exemplo. Ressaltando que poucas empresas são capazes de criar uma ferramenta de IA de ponta a ponta, ela cita Google, Amazon e Microsoft, para salientar a importância de uma regulamentação que se concentre nos recursos restritos a gigantes da tecnologia para garantir que o interesse público seja de fato resguardado quando essas medidas forem adotadas.
Meredith Whitakker, presidente da Signal ressaltou em sua apresentação no stage center a importância de regulamentar as ferramentas de inteligência artificial.
É inevitável que as mudanças que estão surgindo graças a IA, causem um certo receio, mas ao longo da história sempre foi assim. Os avanços científicos e tecnológicos sempre geraram recursos, produtos e soluções que melhoraram a qualidade de vida das pessoas e impulsionaram o desenvolvimento socioeconômico. No entanto, também resultaram em riscos complexos e imprevisíveis. Foi assim com o surgimento da própria internet, por exemplo. Não teria como ou porque ser diferente com a popularização da inteligência artificial.
Foi unanimidade, no entanto, que uma mudança completa de postura das empresas e dos usuários em geral é necessária. Essa mudança será fundamental para facilitar a transição de uma internet agressiva, hostil e cheia de fake news para uma versão mais segura, confiável e amigável e para produzir tecnologias que tenham um impacto positivo real no planeta.
Em sua apresentação, Thiago Ávila socioambientalista e cofundador do movimento Bem Viver, disse acreditar que "os maiores desafios que temos hoje envolvem como produzir tecnologia que não apenas nos ajude a enfrentar os problemas que já existem, mas que coloque a Terra num caminho positivo de desenvolvimento humano e ambiental".
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Esse mesmo pensamento pode ser aplicado no papel da tecnologia a favor de povos indígenas e da floresta amazônica. As oportunidades nesse sentindo, são cada vez maiores e ganharam espaço no evento através da porta-voz internacional dos povos indígenas brasileiros, Txai Suruí, que esteve na abertura do Web Summit Rio, e em outros dois painéis.
Porta-voz internacional dos povos indígenas brasileiros, Txai Suruí, participou da cerimônia de abertura do Web Summit Rio.
Sendo 5% da população brasileira, os indígenas protegem cerca de 80% da biodiversidade do país. Em suas apresentações Suruí, incentiva que as empresas busquem soluções inovadoras para proteger a floresta e conta que o uso de drones, satélites, GPS, smatphones e redes sociais para biomonitoramento, já estão sendo implementado e usadas pelos próprios indígenas, reforçando que os conhecimentos ancestrais de seu povo combinados com o conhecimento de especialista em tecnologia podem ser o caminho para um planeta mais verde e sustentável.
Por falar em sustentável, a sigla ESG (environmental, social and governance), também ganhou espaço nos diferentes palcos do Web Summit. Diante deste cenário, ficou evidente a necessidade de investir em inovações que tratem da redução do impacto ambiental das empresas e deem prioridade ao desenvolvimento de tecnologias que neutralizem as emissões de gases de efeito estufa.
Além disso, a tecnologia foi apresentada como um forte aliado para que empresas estabeleçam processos mais transparentes e éticos e utilizem software de gestão de pessoas para promover práticas inclusivas, que torne essas agonizações mais diversas. No entanto, foi difícil não perceber que o S (social) do ESG, não se fez muito presente no evento no Rio.
Mesmo com vários projetos e lideranças das periferias e favelas do Brasil ganhando destaque mundo afora, foi raríííssimo encontrá-las nessa edição do Web Summit., Definitivamente, nessa primeira edição, a diversidade não esteve tão presente quanto foi vendido. Quem já teve a oportunidade de ir ao evento em Lisboa deve ter observado o quão comum é encontrar alunos de escolas públicas, uniformizados, assistindo às palestras. Não se viu nada parecido com isso por aqui. Perdemos todos — ou será que você, que está lendo esse texto, ou qualquer participante do evento, ainda acredita que é possível construir um futuro melhor e inovador sem incentivar e dar oportunidade a quem não as tem?
Ainda que a inteligência artificial e seus muitos benefícios tenham dominado o debate no Web Summit, a conclusão é que não é e não será possível, "descartar pessoas", como se faz nos já citados filmes de ficção cientifica. As pessoas sempre estarão no centro de todas as ações, no desenvolvimento de cada solução e sendo a inteligência real e sensível a todos os instintos, que torna possível a existências do popular ChatGPT e outras ferramentas de IA's generativas.
Não há como negar que mudanças já estão acontecendo e de forma cada vez mais ágil, principalmente no mercado de trabalho. Mas não é preciso encará-las como uma ameça, não existe uma novidade que deva nos preocupar além do normal. O ser humano é adaptável, sempre foi e continuará sendo.
Otimista sobre o futuro do mercado de trabalho, o vice-presidente de Operações e Marketing da Oracle na América Latina, Gabriel Vallejo provocou a plateia do Web Summit com questionamentos sobre o papel das pessoas com a revolução que a IA está causando. Lembrando de sua avó, que era costureira e teve que se adaptar as tecnologias de sua época, ele afirmou que as pessoas estão sempre se adaptando as necessidades do mercado: "Uma série de estudos mostram que o emprego do futuro ainda não existe. Tem muita profissão para surgir. Não é nenhuma novidade e é bem lógico, até", concluiu ele.
Já Camila Manera, CDPO (chief data and product officer) da Librodepases, contou que ouvir os funcionários antes de começar a adotar IA na empresa, buscando torná-la uma parceira no aumento do desempenho, da produtividade e do bem-estar dos colaboradores. Para tal, ela fez a eles duas peguntas bem simples:
Que parte do seu trabalho vocês amam fazer?
Que parte do seu trabalho vocês odeiam fazer?
Assim, começou a usar as ferramentas de IA para automatizar trabalhos que os funcionários odiavam, deixando-os com mais tempo para realizar tarefas que realmente gostam e são insubstituíveis.
Para a Laborit, encontrar o equilíbrio na relação humano-maquina é a chave para garantir um futuro sustentável. Na foto, o Laber Renato Gonçalves interage com um robô no Web Summit Rio 2023.
Na Lab, reconhecemos a importância de criar uma sinergia entre as habilidades humanas e a capacidade das máquinas, e adotamos práticas que buscam integrar o melhor dos dois mundos numa abordagem que visa não apenas a criação de um ambiente de trabalho mais saudável, mas também extrair o máximo potencial e bem-estar das pessoas, impulsionando, assim, negócios mais lucrativos — isso acontece internamente e também com nossos clientes e parceiros.
Deixando de lado o terror de ser substituído por máquinas, o que ficou claro nessa edição do evento, é que o futuro do mercado de trabalho passa pelas empresas, que devem oferecer suporte adequado para o uso efetivo das tecnologias no trabalho, e do poder público, que precisa com urgência criar iniciativas de incentivo a capacitação para os novos mercados, abrindo um leque de oportunidades.
No fim das contas, os aspectos humanos foram, provavelmente, o grande legado que o Web Summit Rio deixou. Ainda que dominado por pautas sobre inteligência artificial, saiu com vantagens do Rio Centro ao final do evento, quem soube olhar além da tecnologia e aproveitar as habilidades únicas do ser humano, como a empatia, para fazer conexões reais.
Mais que inteligência artificial, o maior legado do Web Summit Rio, foi permitir conexões reais por meio da tecnologia.
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